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Espetinhos são a nova moda em Belo Horizonte

Empreendimentos especializados em espetos surgiram em Belo Horizonte para substituir as boates de sábado à noite. Os mineiros se renderam a esta nova prática e, segundo estimativa feita pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Minas Gerais (Abrasel – MG), apenas no último ano, mais de 130 pontos de espetinhos foram inaugurados.

Um dos fatores que contribuem para o sucesso desses estabelecimentos é o baixo preço dos produtos disponíveis. Além disso, são estabelecimentos que oferecem a possibilidade de comanda única ou fichas de consumo, o que facilita o controle de gastos dos clientes. Fora o fato de que são diversas casas em pontos favoráveis ao deslocamento da população, o que também é um atrativo.

Devido ao atual momento econômico do país, o economista e coordenador do Boletim Econômico Regional de Belo Horizonte, Norberto Hollim, afirma que os jovens estão mais cautelosos e tentando controlar mais os seus gastos.

E para não perder a sua clientela, os proprietários desses novos estabelecimentos estão buscando novos recursos para conseguir sobreviver. “As novas espeterias geram competitividade, principalmente nos preços, levando os empresários a apostarem em estratégias que vão desde promoções a inovações”, afirma Hollim.

Além da disputa entre os espetinhos, há ainda a concorrência com as boates, que também tentam disponibilizar boas condições ao seu público, que, geralmente, é o mesmo. Por isso, alguns empresários estão unindo os dois tipos de lazer para faturar mais. Além disso, trocam informações com fornecedores sobre quais os preços estão mais vantajosos para se manter entre os mais vendidos.

Os proprietários já perceberam que no momento de crise, as pessoas querem continuar se divertindo, mas gastando menos. Pelo que parece, os belo-horizontinos estão se rendendo a esta febre e não há como saber se ainda haverá espaço para as boates.

Perfil dos frequentadores

Seguindo a tendência nos bares, cada um pode comer e beber o que gosta, sem aquela indecisão do que escolher para agradar todo mundo numa mesa de bar. Fichas para um espeto ou vários espetinhos? Fica a critérios dos clientes, se bem que nesta crise, a nova modalidade virou febre entre os jovens.

Abaixo, segue os indicadores de perfil dos frequentadores desses estabelecimentos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O primeiro espetinho da cidade ainda vive
 

Na década de 70 abria o primeiro espetinho de Belo Horizonte. Tudo no Espeto é nome do estabelecimento que inovou e se arriscou no ramo de espetinhos na capital dos botecos. Segundo Gabriel Cohen, seu pai, fundador da casa, era agrônomo e estava sempre viajando. Por viver em hotéis durante a estadia em cada cidade, ele comia sempre em restaurantes que nunca o agradava. Nessas situações, Txeri, ou Cherry, como era conhecido, reunia alguns de seus funcionários e fazia o famoso “churrasquinho de gato”.

Em maio de 1979, ele decidiu aumentar sua renda e abrir uma casa de espetinhos que, segundo Gabriel, ainda não tinha esse nome. O famoso churrasquinho fez sucesso entre os belo-horizontinos. A primeira localização foi na avenida Getúlio Vargas, mas o herdeiro afirma que chegaram a existir oito estabelecimentos na capital.

Atualmente, apenas três casas funcionam em Belo Horizonte, pois decidiram, há alguns anos, entrar no mercado de eventos, deixando assim, os espetinhos somente como complemento da renda. Gabriel salienta que estão interessados no crescimento do mercado, sendo assim, recentemente ampliaram suas redes e aumentaram a produção. Os endereços são pontos estratégicos da cidade, onde há uma grande circulação de pessoas e boas oportunidades de venda.

A primeira casa ainda está no mesmo lugar, na Getúlio Vargas, coração da Savassi. As outras unidades se encontram na Avenida dos Bandeirantes, no bairro Mangabeiras e Rua Curitiba, na região do Lourdes.

A fabricação dos espetinhos é realizada pelos próprios funcionários da casa, garantindo a exclusividade do tempero e a qualidade da carne. Além disso, uma nutricionista também é responsável pela fiscalização dos alimentos.

Mesmo com a abertura de muitas espeterias pela capital, Gabriel garante que o movimento do estabelecimento é o mesmo e que o público do Tudo no Espeto mudou muito desde sua criação. “Antes eram os pais com os filhos que frequentavam, hoje, são os filhos jovens desses casais”, afirma.

É boate, espetinho ou bar?

Não só dos espetinhos vivem esses novos estabelecimentos. Muito popular entre os jovens da cidade, o Beb’s Bar oferece, além dos espetinhos, porções individuais de salgadinhos, batata frita e até mesmo de doces.

De acordo com Luiz Paulo Bastos, um dos sócios do grupo Zaaz, dono das unidades Beb’s, trabalhar com esse esquema que facilita o consumo individual é um grande diferencial nos dias de hoje. “Isso facilita um bom atendimento, melhora a qualidade do serviço e, hoje, já se pode até comprar fichas através de um aplicativo de celular e retira-las no bar”, explica o empresário.

Além disso, o estabelecimento tem características de bar, espetinho e boate, tudo junto e misturado em um só lugar. E isso, segundo o empresário, acaba atraindo ainda mais os jovens.

O grupo possui, atualmente, cinco bares em pontos estratégicos da cidade: avenida Raja Gabáglia; avenida Fleming; rua Levindo Lopes, na Savassi; avenida Prudente de Morais e avenida do Contorno. E, segundo Bastos, a proposta é de que nos próximos seis meses sejam inauguradas mais seis unidades.

O local é frequentado por mais de 60 mil pessoas por fim de semana, em todas as unidades. “O cliente não paga entrada, nem couvert, e as bebidas e comidas têm um preço muito interessante para o mercado até então”, enfatiza Luiz Paulo.

Ainda segundo o empresário, a maior parte do público é do sexo masculino, com faixa etária entre 18 e 35 anos, muitas vezes universitários, de classe média, solteiros, que moram ou trabalham perto dos estabelecimentos, que permanecem, em média, três horas no local e costumam gastar por volta de 35 reais.

 

Temáticos também estão na moda

Também muito popular entre os jovens por seu jeito inovador, o Ciência no Espeto, aberto recentemente por jovens amigos no bairro Dona Clara, região da Pampulha, procura oferecer preços acessíveis, com música boa e ambiente agradável e extrovertido.

O bar possui uma decoração temática sobre ciência. Os copos são personalizados, imitando beckers (recipientes usados nos laboratórios de química) e as bebidas fazem alusão à poções químicas.

Lucas Magalhães, um dos donos do estabelecimento, afirma que o mercado de espetos, sem dúvidas, está vivendo uma fase muito boa. Segundo o empresário, o mercado está um pouco saturado, mas ainda existe espaço para novas formas de negócio dentro do modelo.

Magalhães e seus sócios realizaram diversas pesquisas antes de decidirem abrir o negócio. “Fomos em vários espetinhos, diferentes e de modelos tradicionais. Fizemos análises da ambientação, cardápios, atendimento, forma de funcionamento e assim extraímos o que era mais interessante em cada um”, explica. Além disso, foram realizadas também pesquisas de fornecedores dos produtos que desejavam comercializar.

“Depois dessas pesquisas, decidimos então trazer o modelo de negócio espetinho, só que de uma forma diferente dos padrões existentes, justamente para não sermos só mais um no mercado e atrairmos um público alvo mais amplo”, afirma o sócio- proprietário.

Porém, Lucas explica que o bar não é concorrente das boates. “Principalmente pela questão do horário de funcionamento, acaba que os principais concorrentes são mesmo os espetinhos e também os bares”.

Festival de espetinhos em Belo Horizonte

Assim como o “Comida di Buteco” e o “Botecar”, o “Circuito do Espeto” foi lançado ano passado na capital mineira e colocou os espetinhos para competirem. Foi um mês de concurso e trinta casas especializadas participando do evento para concorrer a título de melhor do ano.

 

A Gig Produções foi quem teve a ideia de lançar a competição, em parceria com a Plena Alimentos. Segundo os autores da ideia, “foi um projeto inédito e irreverente, que colocou os participantes, literalmente, na boca do povo”.

A ideia do evento foi consolidar, ainda mais, a nova tendência gastronômica que surgiu em Belo Horizonte e tomou conta da cidade. E como a “lei” dos espetinhos é o preço mais em conta, foi estabelecido um preço de R$ 7,00 para todos os espetos participantes.

E a regra era clara: além do preço fixado, os estabelecimentos deveriam também homenagear a cultura do estado. Ou seja, a ideia era unir comida, preço baixo e cultura, tornando o convite para o evento ainda mais atrativo.

E, ao final, para votar em seu local favorito, era fácil. Foi criado um aplicativo para o evento e bastava baixá-lo e depois votar no espeto que gostaria que fosse o vencedor.

 

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Tudo no Espeto

Trabalho realizado por:

Amanda de Almeida

Caio César 

Mariana Campos

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